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Depoimentos de militares colocam Bolsonaro como envolvido em trama golpista; prisões podem ocorrer

Sigilo de 27 declarações à PF é quebrado por Moraes, revelando alegado plano de golpe para manter Bolsonaro no poder.

15/03/2024 às 21h16
Por: Redação Todo Minuto Fonte: Metrópoles
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Jair Bolsonaro citado como envolvido em trama golpista
Jair Bolsonaro citado como envolvido em trama golpista

Apesar de Jair Bolsonaro optar por silenciar diante da Polícia Federal (PF), pessoas próximas a ele expuseram aos investigadores uma suposta conspiração golpista com o ex-presidente no centro. Um total de 27 depoimentos, dos quais alguns detalham o plano, tiveram seu sigilo revogado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes nesta sexta-feira (15/3).

Além do ex-presidente, outros 13 depoentes permaneceram em silêncio, se recusando a responder às perguntas dos agentes da PF. Aos que decidiram cooperar, os investigadores dirigiram questionamentos sobre um suposto esquema golpista destinado a reverter o resultado das Eleições de 2022 e manter Bolsonaro no poder.

Os depoimentos dos ex-comandantes das Forças Armadas se destacam. O general Marco Antônio Freire Gomes detalhou à PF encontros nos quais foram discutidas minutas com teor golpista. Entre as estratégias estaria a implementação de medidas como a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o Estado de Defesa e o Estado de Sítio.

Conforme o relato do general, em 7 de dezembro, durante uma reunião com Bolsonaro, o assessor especial da Presidência Filipe Martins teria lido partes de um texto destinado a justificar o plano de golpe. Em outra ocasião, no mesmo mês, uma nova versão do texto teria sido apresentada.

Freire Gomes informou aos investigadores que alertou Bolsonaro sobre as consequências criminais do plano e explicou por que não considerava viável reverter o resultado das eleições. Além disso, o ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB) Carlos Almeida Baptista Júnior afirmou que Freire Gomes teria ameaçado Bolsonaro com prisão caso persistisse com o plano.

Tanto o ex-comandante do Exército quanto o ex-comandante da Aeronáutica afirmaram ter recusado aderir à iniciativa, ao contrário do ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, que permaneceu em silêncio durante o depoimento à PF.

Os depoimentos detalham o plano
Para Baptista Júnior, a postura firme do ex-comandante do Exército impediu outro golpe de Estado no Brasil, afirmando que "se o comandante tivesse concordado, a tentativa de golpe de Estado teria sido bem-sucedida".

O ex-comandante da Aeronáutica também relatou que Bolsonaro enfatizava a necessidade de "interromper eventuais abusos" de Alexandre de Moraes. Ele disse aos investigadores que Bolsonaro procurou a Advocacia-Geral da União (AGU) em busca de uma "alternativa jurídica" para contestar os resultados das eleições.

Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal, afirmou que a ideia de contratar um instituto para realizar um estudo sobre as urnas eletrônicas também partiu de Bolsonaro, com o Instituto Voto Legal sendo indicado pelo então ministro da Ciência e Tecnologia e atual senador, Marcos Pontes.

Bolsonaro quebra o silêncio
No depoimento em 22 de junho, na sede da PF em Brasília (DF), Bolsonaro optou pelo silêncio. Na ocasião, o advogado Paulo Bueno, representante de Bolsonaro, justificou que a decisão de não responder às perguntas era uma "estratégia com base no fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos que estão sendo imputados pela prática de certos delitos". "O presidente não teme nada porque não fez nada", afirmou o advogado Fabio Wajngarten.

Após a suspensão do sigilo dos depoimentos, Bolsonaro afirmou à coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles, que "não é crime" discutir o que está previsto na Constituição Federal e sustentou que nenhuma das medidas foi adiante.

"Em relação ao Estado de Defesa e ao Estado de Sítio, é necessário convocar um conselho com diversos membros. Para que seja implementado, é preciso convocar o conselho, inclusive com o presidente da Câmara e do Senado. E nenhum conselho foi convocado. Aqui não é Hugo Chávez, Maduro. Dados os considerandos, quem tem a palavra final é o Parlamento. Quanto à Garantia da Lei e da Ordem, não se pode fazer do nada. Deve haver fundamento", explicou.

Consultamos alguns especialistas jurídicos e há indícios de que prisões podem ocorrer nos próximos meses. "Isso não está descartado", afirmou uma fonte ligada ao setor jurídico que está acompanhando o caso de perto.

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